O século XXI já mostrou a que veio.

Pesquisas avançadas nas áreas de genética, inteligência artificial, nanotecnologia, entre outras, somadas ao avanço espetacular da computação, deverão mudar completamente o mundo nas próximas décadas.

É o que preveem os futuristas.

Carros autodirigíveis, manipulação da matéria e robôs tão inteligentes quanto o ser humano já são propostas palpáveis no Vale do Silício, na Califórnia.

A sensação é de que o presente já é passado.

Diante desse futuro pouco distante, muita gente tem se perguntado: por que o modelo predominante do ensino até hoje não passou por nenhuma quebra de paradigma desde que foi concebido lá atrás no período do Iluminismo?

E isso foi no século XVIII.

A escola pública de massa foi inventada logo a seguir, no século XIX, para atender ao ambiente econômico da Revolução Industrial. O propósito era levar instrução ao futuro trabalhador das fábricas que já pipocavam pela Europa.

Ou seja, a escola era (e de certo modo ainda é) a réplica de uma fábrica:

Horário para entrar e para sair… ao som de uma sineta.

Uniforme obrigatório.

Pessoas separadas por “lotes”, conforme a idade, alojadas em compartimentos, sem conexão uns com os outros.

Uma autoridade no controle.

Disciplinas que não “dialogam” entre si… assim como os vários departamentos da velha fábrica.

Tantas revoluções ocorreram em tantas áreas nos últimos 50 anos, mas a maioria das escolas e universidades funciona, ainda hoje, com o mesmo formato de uma linha de produção industrial.

Motivos para reformular o sistema educacional não faltam, mas pelo menos dois são preponderantes:

1 – por razões econômicas: educar as pessoas para que consigam se colocar nessa economia alucinante do século XXI, lembrando que ter um diploma já não é mais garantia de emprego como no passado.

2 – por razões culturais: educar as pessoas de modo que mantenham uma identidade cultural e ao mesmo tempo sejam parte da globalização.

É preciso também estimular a criatividade para que mais pessoas se sintam confortáveis nesse novo mundo que se está desenhando no horizonte.

Como diz o escritor inglês e consultor internacional em educação, Sir Ken Robinson, não é papel da escola ensinar alguém a ser criativo, mas é papel dela prover capacidade de desenvolver criatividade.

Esta edição de P22_ON Formação para a Sustentabilidade apresenta as principais propostas inovadoras de ensino aplicadas em várias universidades e escolas de negócios que vão formar os novos líderes. Todas têm em comum a formação de um ser humano integral, que pode desenvolver as diversas facetas: a física, a emocional, a intuitiva e a espiritual.

Essa visão vai além do pensamento linear clássico e contribui para lidar com os desafios globais mais complexos.

Nas seções, você encontrará explicações sobre:

Transdisciplinaridade, Teoria U, Autoformação, Heteroformação e Ecoformação.

Saberá também como desenvolver a escuta sensível e o autoposicionamento.

E conhecerá detalhes sobre as principais ferramentas e práticas de formação em escolas e empresas.

Boa leitura!

Roteiro: Magali Cabral

Produção: Magali Cabral e Milene Fukuda

Locução: Bruno Toledo e Milene Fukuda