Roteiro: Magali Cabral

Produção: Magali Cabral e Milene Fukuda

Locução: Bruno Toledo e Milene Fukuda

O clima na Terra mudou tanto nos últimos 200 anos, que vários efeitos deverão ser sentidos por muito tempo.

O aquecimento global – resultado das emissões intensivas de gases de efeito estufa feitas pela humanidade – pode provocar eventos climáticos extremos como:

  • avanço do nível do mar,
  • furacões,
  • temperaturas muito altas ou muito baixas com grande impacto na agricultura.

Essa nova realidade climática vai exigir (em alguns casos já exige) medidas que diminuam a vulnerabilidade das populações e dos ecossistemas.

Tudo o que é feito com esse intuito é chamado de adaptação à mudança do clima.

Mas não confunda adaptação com mitigação.

Mitigação são as ações que visam a redução de emissões de gases de efeito estufa. Por exemplo, se adaptação fosse um remédio, a mitigação seria a prevenção.

Para por em prática ações de adaptação há um longo caminho a trilhar.

Primeiro, é preciso conhecer muito bem os possíveis efeitos da mudança do clima.

Como são eventos futuros, e por isso incertos e de localização imprecisa, a primeira coisa é obter informação de qualidade.

E essas informações podem ser científicas ou não.

Isto é, podem demandar estudos científicos complexos ou podem vir do conhecimento de comunidades locais e indígenas.

Essas informações servirão de base para quando medidas efetivas se fizerem necessárias.

Entre os grandes setores de políticas públicas que já trouxeram (ou que já deveriam ter trazido) a agenda da adaptação para dentro do seu planejamento, os principais são: saúde, saneamento básico, infraestrutura e energia.

Vários exemplos práticos de adaptação podem encontrados na região do Semiárido no Nordeste.

Um deles é o Programa Um Milhão de Cisternas,  que tem por objetivo abastecer com água potável 5 milhões de pessoas em todo o semiárido brasileiro.

Mas a região Nordeste é um caso à parte. Seus habitantes já possuem a percepção da escassez de água, o que facilita a agenda da adaptação.

Desafio será levar essa percepção aos habitantes da região Sudeste, que sempre tiveram água em abundância, e hoje vivem em uma crise hídrica única na sua história.

Sim, a agenda da adaptação é ampla, difusa, transversal e difícil de ser posta em prática.

Para conhecer com mais detalhes todos esses desafios, esta edição de P22_ON preparou algumas reportagens para você:

Planejamento e governança – como incorporar esse assunto ao mainstream da política, das empresas e dos governos?

Informação – uma das lacunas que enfraquecem o desenvolvimento das agendas de adaptação e acabam até justificam uma tendência à inação.  

Enquadramento – veja por onde o tema da adaptação ingressa nas organizações públicas e privadas.

Recursos Financeiros – são dois os recortes dos recursos financeiros para adaptação:

Um para tratar de entender um problema novo;

Outro, para abastecer as agendas de sempre do desenvolvimento saúde, habitação, segurança hídrica, saneamento e conservação ambiental. Com necessidade adaptação ou não, o Brasil pode melhorar essas agendas.

Boa Leitura!